quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Reprodução: Rede Globo
Nesta segunda-feira (16/01), a Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (Dcav) prendeu o anestesista colombiano Andres Eduardo Oñate Carrillo, de 32 anos, por estuprar pelo menos duas pacientes sedadas durante a cirurgia. O caso é semelhante ao de Giovanni Quintella Bezerra, cujo julgamento já começou.
Andres Eduardo se gravou abusando das vítimas. Em uma delas, ele esfregou e introduziu o pênis na boca da mulher e guardou o registro.
Foi expedido pela Justiça o mandado de prisão provisória e busca e apreensão contra Andres por estupro de vulnerável. Em inquérito remetido para a Vara Especializada em Crimes contra Crianças e adolescentes, por onde a polícia descobriu os abusos, o anestesista também é investigado por produzir e armazenar pornografia infantil.
O colombiano estava legal no país e com documentação em dia e atuava tanto em hospitais públicos quanto particulares.
A polícia prendeu o médico na Barra da Tijuca, em casa. Quem abriu a porta para os oficiais foi sua esposa, ele foi acordado pelas autoridades que lhe deram voz de prisão.
Como a polícia descobriu os crimes
Em dezembro se iniciaram as investigações da Dcav, que contou com apoio da inteligência da Polícia Civil, tiveram início em dezembro, a partir do compartilhamento de informações do Serviço de Repressão a Crimes de Ódio e Pornografia Infantil da Polícia Federal (PF).
Na época foi identificada pela PF a possibilidade de uma vasta movimentação de arquivos pornográficos em posse de Andres e o caso foi encaminha à Polícia Civil.
Com as suspeita, foi a autorizada a quebras de dados em compartimentos do celular do suspeito, onde foram encontradas mais de 20 mil mídias de abusos infantis.
No entanto, três arquivos feitos pelo próprio médico chamaram a atenção dos investigadores.
“Quando vimos, logo de início, tratamos como casos de estupro, partindo do princípio de que ele mesmo teria produzido. Mas precisávamos avançar na identificação das vítimas e materializar os crimes. Pelos metadados dos vídeos, certificamos a localização do suspeito no ato da gravação, identificando os hospitais e descobrindo os dias. Aí partimos para a tentativa de descobrir as mulheres ali sedadas. Com as listas de pacientes operados nos dias, fomos buscando características físicas e eliminado possibilidades até chegar às pacientes”, explicou o delegado titular da Dcav, Luiz Henrique Marques.
Os vídeos gravados por Andres foram mostrados às vítimas, que se reconheceram, porém não tinham ciência de que haviam sido estupradas.
O primeiro crime aconteceu no dia 15 de dezembro de 2020 em hospital estadual em Saquarema, na Região dos Lagos, durante a realização de uma cirurgia de laqueadura.
Já o segundo foi em 5 de fevereiro de 2021 em uma hospital universitário durante um procedimento para retirada de útero.
Sedação muito forte
Uma das vítimas disse que a sedação foi tão intensa que se assemelhava à de um parto de cesárea, onde ela ficou totalmente desacordada por mais de duas horas.
O que também chamou a atenção dos investigadores é que em uma das cirurgias, por exemplo, Andrés não havia sido escalado. Informações repassadas pelo hospital são de que outra anestesista era a responsável pelo procedimento. No entanto, a unidade disse que é comum a substituição dos profissionais durante o procedimento e que o médico poderia ter participado da operação.
O suspeito, além dos estupros, praticou os crimes previstos nos artigos 241-B do Estatuto da Criança e do Adolescente (aquisição/posse/armazenamento de pornografia infantojuvenil) e 240 (produção de pornografia infantojuvenil).
Para esses crimes, a Dcav instaurou outro inquérito que foi remetido para a Vara Especializada em Crimes contra Criança e Adolescentes.
Com informações do G1
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