quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Brasil

Amazônia: uma história recente?

POR Jornal Somos | 23/08/2019
Amazônia: uma história recente?

Redação Jornal Somos

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Nos últimos dias a notícia do incêndio na Amazônia chocou não só o Brasil como o mundo. O silêncio do presidente colocou o assunto “E a Amazônia?” entre os mais comentados na terça (20) no twitter.

 

Entre janeiro e o último dia 19 de agosto houve um aumento de 83% das queimadas em relação o mesmo período de 2018, com 72.843 focos de incêndios até o momento. Os dados são do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), que monitora o desmatamento por meio de imagens de satélite.

 

Segundo os dados do INPE a Amazônia concentra 52,5% dos focos de queimadas de 2019, e o Cerrado é responsável por 30,1%, seguido pela Mata Atlântica, com 10,9%.

 

O fogo está progredindo mesmo em áreas de proteção ambiental: 68 incêndios foram registrados em territórios indígenas e áreas de conservação somente nesta semana, a maioria deles na região amazônica. O estado de Mato Grosso, na região centro-oeste do Brasil, lidera as queimadas com 13.682 focos de incêndio em 2019 - um aumento de 87% em relação ao mesmo período do ano passado -, segundo o INPE. Mesmo entre julho e setembro, quando é proibido promover queimadas naquele Estado, houve um aumento de 205% no número de incêndios.

 

Na segunda – feira (19) as queimadas e o desmatamento ganharam repercussão internacional principalmente depois do que aconteceu em São Paulo, pois em várias regiões do Estado o dia virou noite. O cenário incomum resultou de uma combinação igualmente rara: a chegada de uma frente fria carregada de umidade no litoral paulista e a espessa fumaça da pior série de incêndios florestais já registrados no Brasil em sete anos.

 

Desmatamento e queimadas tem relação?

Em agosto deste ano, até o dia 20, foram 23 mil focos de incêndio na Amazônia, (mais de mil por dia). Em 2005, quando a Amazônia teve recorde de queimadas, foram 51.457. Entretanto, há uma diferença significativa: neste mês não há uma seca extrema, como houve naquele ano, que contribuísse decisivamente para alastrar o fogo.

 

A diretora de ciência do Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) afirma que o aumento de queimadas só pode ser explicado pela alta do desmatamento, já que não houve qualquer evento climático extremo que justifique a situação.

"Neste ano não temos uma seca extrema, como em 2015 e 2016. Em 2017 e 2018, tivemos um período chuvoso suficiente. Em 2019, não temos eventos climáticos que afetam as secas, como o El Niño, ou eles não estão acontecendo (de maneira) forte. Não tem como o clima ser a explicação desse aumento (de queimadas)", diz.

 

O Presidente Jair Bolsonaro ainda não se pronunciou sobre as queimadas. O presidente nesta quinta (22) voltou a reforçar sua suspeita de que as ONGs estejam por trás dos incêndios criminosos.

"São os índios, quer que eu culpe os índios? Vai escrever os índios amanhã? Quer que eu culpe os marcianos? É, no meu entender, um indício fortíssimo que esse pessoal da ONG perdeu a teta deles. É simples", reagiu.

 

Indagado se poderiam ser fazendeiros os responsáveis pelos incêndios, ele concordou.

"Pode, pode ser fazendeiro, pode. Todo mundo é suspeito, mas a maior suspeita vem de ONGs", reforçou.

 

De acordo com o presidente, as ONGs "perderam dinheiro" e "estão desempregadas", por isso, teriam interesse em fazer uma campanha contra o governo.

Artistas internacionais têm lamentado em redes sociais pelo acontecimento e o mundo todo está preocupado. Na internet, a hashtag #PrayForTheAmazon (reze pela Amazônia) chegou a ocupar o primeiro lugar no Twitter desta quarta (21).

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