Alexandre Nardoni, condenado pela morte de sua filha Isabela em 2008, foi liberado para cumprir o restante de sua pena em regime aberto. A decisão foi tomada pela Justiça de São Paulo, que concedeu a progressão de regime na tarde dessa segunda-feira (6), um dia antes de Nardoni completar 16 anos de encarceramento.

A soltura ocorreu às 17h20, após o cumprimento do alvará de soltura expedido pelo juiz José Loureiro Sobrinho, de São José dos Campos. A progressão de regime foi concedida apesar da oposição do Ministério Público, que solicitava a realização de um exame criminológico e o teste de Rorschach para avaliar a condição de Alexandre de reintegrar-se à sociedade.

Em sua decisão, o magistrado destacou que Nardoni manteve uma boa conduta carcerária, cumpriu mais da metade da pena imposta e tem usufruído de saídas temporárias sem incidentes, retornando ao presídio conforme o esperado. O juiz também mencionou que o sentenciado possui avaliações favoráveis e não registra faltas disciplinares, cumprindo assim os requisitos objetivos e subjetivos exigidos pela legislação para a progressão de regime.

Como parte das condições para manter o regime aberto, Alexandre Nardoni deverá cumprir várias obrigações, como comparecer trimestralmente à Vara de Execuções Criminais, obter uma ocupação lícita dentro de 90 dias e comprová-la, além de seguir restrições de horário e locais que pode frequentar. Ele não pode mudar de residência ou da comarca sem autorização judicial e está proibido de frequentar bares, casas de jogo e outros locais considerados incompatíveis com a decisão.

Este benefício marca um novo capítulo no caso de grande repercussão nacional que começou com o trágico evento em março de 2008, quando Isabela, então com cinco anos, foi assassinada. A repercussão do caso e a liberação de Alexandre geram discussões acaloradas sobre justiça, pena e reabilitação no sistema prisional brasileiro.

Até o momento, o advogado de Alexandre Nardoni não emitiu nenhum comentário sobre a decisão.