sábado, 08 de março de 2025

Agronegócio e siderurgia seriam setores mais afetados por tarifas de reciprocidade nos EUA

POR Cairo Tobias | 25/02/2025

Mudança na política comercial americana pode impactar agronegócio e siderurgia

Agronegócio e siderurgia seriam setores mais afetados por tarifas de reciprocidade nos EUA

Foto: Reprodução

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Caso os Estados Unidos implementem uma política de tarifas de reciprocidade, as exportações brasileiras podem sofrer impactos expressivos, sobretudo em setores como agronegócio e siderurgia. A proposta, defendida pelo presidente Donald Trump, visa equiparar as tarifas americanas às impostas por seus parceiros comerciais, o que pode reduzir significativamente a competitividade dos produtos brasileiros no mercado norte-americano.

 

Segundo levantamento do Banco Mundial, a tarifa média de importação aplicada pelo Brasil sobre produtos dos EUA é de 11,3%, enquanto as mercadorias brasileiras que entram nos EUA enfrentam uma tarifa média de apenas 2,2%. Essa diferença de 9,1 pontos percentuais coloca o Brasil em desvantagem caso Washington decida aplicar tarifas mais altas sobre produtos brasileiros. 

 

"Se os EUA adotarem essa medida, teremos diminuição das exportações brasileiras por perda de competitividade para outros mercados que possuem acordos comerciais mais favoráveis", alerta Thiago Oliveira, especialista em comércio exterior.

 

O agronegócio e a siderurgia seriam os setores mais afetados por uma eventual retaliação tarifária americana. O Brasil é um dos principais fornecedores de produtos como aço, celulose e carne bovina para os Estados Unidos. Se as tarifas de importação forem elevadas, o espaço ocupado pelos exportadores brasileiros pode ser rapidamente preenchido por países com tratados comerciais mais vantajosos para os americanos. "As empresas terão que buscar novos mercados ou incentivar o consumo interno para compensar as perdas", lamenta Oliveira.

 

A discussão sobre tarifas de reciprocidade ganhou força nos últimos meses, impulsionada pela retórica protecionista de Trump. Em discursos recentes, ele reiterou a intenção de revisar as relações comerciais dos EUA com parceiros que impõem tarifas mais altas sobre produtos americanos. Especialistas alertam que, mesmo que a medida não seja implementada de imediato, a incerteza já gera impactos no planejamento das empresas e na previsibilidade dos investimentos.

 

A possibilidade de uma nova política tarifária nos Estados Unidos reforça a necessidade de o Brasil diversificar seus mercados de exportação e buscar maior integração em acordos comerciais globais. A depender das decisões de Washington, a estratégia de internacionalização das empresas brasileiras poderá ser decisiva para mitigar os riscos e assegurar a competitividade do país no cenário do comércio exterior.

 

 

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