sábado, 23 de novembro de 2024

Brasil

Agressões de seguranças e apoiadores de Bolsonaro em jornalistas são criticadas

POR Ana Carolina Morais | 13/12/2021
Agressões de seguranças e apoiadores de Bolsonaro em jornalistas são criticadas

Redação Jornal Somos

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As agressões cometidas por seguranças do presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores, neste domingo (12), contra jornalistas da TV Bahia, afiliada da Globo, e da TV Aratu, afiliada do SBT, receberam duras críticas da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e do governador da Bahia, Rui Costa (PT).

 

 

“A Abraji repudia as agressões e demanda que as autoridades competentes orientem a equipe de segurança do presidente para que respeite o trabalho dos jornalistas, pois lamentavelmente esse tipo de agressão vem se repetindo. Além disso, exige que Jair Bolsonaro cesse os ataques verbais contra a imprensa, os quais incentivam sua militância a agredir repórteres e impedir seu trabalho, o qual é garantido pela Constituição Federal”, afirmou a entidade por meio de nota.

 

 

O governador baiano também repudiou a ocorrência: “Minha solidariedade à equipe de reportagem da Rede Globo, que foi agredida e impedida de realizar a cobertura jornalística durante carreata com o presidente em Itamaraju, na Bahia. A liberdade de imprensa é pilar fundamental da democracia e qualquer ataque ao jornalismo merece repúdio. O momento é de trabalho e solidariedade no Extremo Sul. Repudio violência contra a imprensa e oportunismo num momento de dor diante de uma tragédia. Vamos trabalhar”.

 

 

As agressões aos jornalistas foram iniciadas quando os repórteres da TV Bahia e da TV Aratu tentaram entrevistar Bolsonaro se aproximando do presidente, que havia pousado de helicóptero no Estádio Municipal Juareaz Barbosa e seguia em direção à lateral do campo. Nesse momento, a equipe de segurança do político estava formando uma espécie de “paredão”, para evitar aproximações, quando um dos seguranças segurou pelo pescoço a repórter da Globo, Camila Marinho, com a parte interna do antebraço, como um “mata-leão”. A ocasião não foi registrada devido ao tumulto.

 

 

Pouco depois, novas agressões aconteceram quando o presidente, ainda dentro do estágio, subiu na caçamba de uma caminhonete. Os repórteres, na tentativa de conseguirem uma fala de Bolsonaro, ergueram seus microfones na direção do político, o que fez com que eles esbarrassem em um segurança, que proferiu uma ameaça aos jornalistas: “Se bater de novo vou enfiar a mão na tua cara. Não bata em mim, não batam em mim”. Bolsonaro percebeu a exaltação e chegou a encostar em seu segurança, como se pedisse para que ele acalmasse. Toda essa ação foi registrada em vídeo.

 

 

Ainda em sequência, o secretário de Obras de Itamaraty, Antonio Charbel, que estava acompanhando o presidente junto de seus apoiadores, puxou os microfones dos repórteres, chegando a rasgar a espuma do aparelho da TV Bahia. Além disso, outro apoiador de Bolsonaro também puxou e arrancou a pochete da jornalista Camila Marinho, que só foi recuperada posteriormente por outro repórter.

 

 

Jair Bolsonaro e sua equipe seguiram para uma sala de comando da operação, mas as equipes de reportagem que foram agredidas deixaram de seguir a comitiva.  Também houveram confrontos com os jornalistas Xico Lopes e Dário Cerqueira, da TV Aratu. A assessoria de imprensa da Presidência, após estes episódios, chamou os repórteres de ambos os veículos para o local e pediu desculpas pelo ocorrido.

 

 

(Com informações do G1 e da Terra)

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