A empresa RQ Serviços Aéreos Especializados Ltda, dona do helicóptero de matrícula PT-HPG, que caiu nessa segunda feira (11) no acidente que matou o jornalista Ricardo Boechat, não estava autorizada a fazer o serviço de táxi aéreo, isto é, transportar passageiros de forma remunerada, segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). A empresa estava certificada apenas para prestar Serviços Aéreos Especializados (SAE), que incluem aerofotografia, aeroreportagem e aerofilmagem.

A Anac afirmou em nota que qualquer outra atividade remunerada além das mencionadas não poderia ser prestada. Sendo assim, a Agência abriu um procedimento administrativo para apurar que tipo de transporte estava sendo realizado no momento do acidente. A Agência também informou que o helicóptero estava em situação regular, com Certificado de Aeronavegabilidade (CA) válido até maio de 2023, e a Inspeção Anual de Manutenção (IAM) em dia até maio de 2019. AS licenças e habilitações do piloto Ronaldo Quatrucci, que também não sobreviveu, também estavam válidas.

De acordo com a Abraphe (Associação Brasileira de Pilotos de Helicóptero), o piloto tinha experiência de quase duas décadas como comandante e seguiu à risca as doutrinas de segurança até o último momento, na tentativa de preservar a vida da tripulação a bordo do helicóptero.

Segundo testemunhas relataram ao Corpo de Bombeiros, a aeronave tentou fazer um pouso de emergência em uma alça de acesso do Rodoanel à av. Anhanguera, na altura do quilômetro 7, sentido Castelo Branco, próximo a um pedágio, local das vias com menos fluxo de veículos.

Na descida, ela se chocou com um caminhão que tinha acabado de sair do pedágio, na faixa do Sem Parar (pedágio expresso). Não se sabe ainda qual o problema que a aeronave apresentou, mas foi a colisão que fez o helicóptero pegar fogo. O motorista do caminhão foi socorrido e teve ferimentos leves, segundo a Polícia Militar.