sexta-feira, 29 de março de 2024

Advogado de Queiroz afirma que ele foi ameaçado e pedirá transferência para batalhão

POR | 18/06/2020
Advogado de Queiroz afirma que ele foi ameaçado e pedirá transferência para batalhão

Imagem: Nelson Almeida/AFP

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Na manhã de hoje, quinta feira (18/06), foi preso Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro e amigo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Ele foi encontrado em Atibaia, no interior de São Paulo, em um imóvel do advogado Frederick Wassef, responsável pelas defesas de Flávio e do presidente Bolsonaro. Wassef é figura constante no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência, e em eventos no Palácio do Planalto. Tanto Wassef como a família Bolsonaro afirmavam que não tinham contato com Queiroz desde que o caso veio à tona, no final de 2018. Ao defensor, Queiroz não explicou exatamente o motivo de porquê estava na casa de Wassef e também não soube dizer se o ex-PM mantinha contato com a família Bolsonaro. Foram as filhas de Queiroz que entraram em contato com Catta Preta “há alguns dias”, segundo ele mesmo, para que assumisse a defesa do ex-assessor.

 

Paulo Emílio Catta Preta é o advogado de Fabrício Queiroz, o qual negou o envolvimento do ex-PM na prática de rachadinha no gabinete de Flávio na Alerj (Assembleia Legislativa do Estado de Rio de Janeiro) e afirmou que irá pedir a revogação da prisão. O defensor acrescentou ainda que Queiroz teme pela própria vida e ‘sente-se ameaçado’.

 

Por isso, ele pedirá a transferência de seu cliente para um Batalhão de Polícia, em vez do presídio de Benfica onde está, na zona norte do Rio de Janeiro, onde já chegou no início da tarde após realizar exames. Em conversa com jornalistas no lado de fora do presídio, o advogado também disse que a prisão de Queiroz é "injustificada" e que vai entrar com pedido de habeas corpus para a liberação do ex-assessor.

 

"Ele disse ter recebido ameaças", afirmou Catta Preta. Questionado sobre quem estaria ameaçando Queiroz, o advogado disse não ter detalhes. "Ele não me especificou. Ele falou que se sentia ameaçado desde a época da revelação do caso. Vez ou outra ele se sentia ameaçado, via carros em locais esperando ou observando ele. É um sentimento, eu não sei também em que medida isso aconteceu." Catta Preta disse que a transferência de Queiroz para um Batalhão da Polícia seria para manter a segurança e integridade de seu cliente. "A lei prevê essa prerrogativa por ele ser policial reformado. Prender em um presídio que não seja batalhão, qual o critério para isso? Ele não pode estar no mesmo estabelecimento com pessoas que ele possa ter, eventualmente, prendido", declarou.

 

Assista o vídeo:

 

 

Relembre o caso

Policial Militar aposentado, Queiroz movimentou R$ 1,2 milhão em sua conta de maneira considerada "atípica", de acordo com relatório do antigo Conselho de Atividades Financeiras (Coaf). Ele trabalhou para o filho do presidente Jair Bolsonaro antes de Flávio tomar posse como senador, durante o mandato de deputado estadual no Rio de Janeiro. Além do volume movimentado, chamou a atenção a forma com que as operações se davam: depósitos e saques em dinheiro vivo em datas próximas do pagamento de servidores da Alerj Figura polêmica, Queiroz foi assessor e motorista de Flavio Bolsonaro até o fim de 2018, quando acabou exonerado. A investigação do MP-RJ que apura as irregularidades de Queiroz na Alerj chegou a ser suspensa depois da decisão de Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), após pedido da defesa de Flavio Bolsonaro em 2019. Embora estivesse empregado no gabinete de Flávio entre 2007 e 2018, a origem da relação de Queiroz com a família Bolsonaro é o presidente da República. Os dois se conhecem desde 1984 e pescavam juntos em Angra dos Reis. O PM aposentado também depositou R$ 24 mil na conta da primeira-dama Michelle Bolsonaro em 2016. O presidente afirma se tratar de parte da quitação de um empréstimo de R$ 40 mil.

 

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