quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Redação Jornal Somos
Há menos de 7 dias para a realização da primeira prova do Exame Nacional do Ensino Médio de 2020 (Enem), que ocorrerá no próximo domingo (17) e no seguinte (24), uma ação judicial movida por organizações estudantis e institutos da área educacional, bem como uma carta com mais de 45 associações ligadas à ciência, estão questionando as medidas de contenção à Covid-19 que serão adotadas no exame e a segurança de se manter o evento deste porte em meio a alta de casos do novo coronavírus vivenciada atualmente pelo Brasil.
Na última sexta-feira (7), a Defensoria Pública da União, junto à União Nacional dos Estudantes (UNE), a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) e as entidades Campanha Nacional pelo Direito à Educação e Educafro, requereram, à Justiça, o adiamento do exame. Nas justificativas apresentadas pelas entidades, uma é de que há uma prova agendada “exatamente no pico da segunda onda de infecções, sem que haja clareza sobre as providências adotadas para evitar-se a contaminação dos participantes da prova, estudantes e funcionários que a aplicarão”.
Ainda na mesma sexta (7), mais de 45 entidades científicas, como a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e a Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped), publicaram uma carta destinada ao ministro da Educação, Milton Ribeiro, demonstrando preocupação com o Enem, afirmando, por exemplo, que as medidas estabelecidas pelo Inep e pelo governo federal “não são suficientes para garantir a segurança da população brasileira, num momento de visível agravamento da pandemia no país”.
Em resposta à Justiça, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) afirmou que “reorganizar um calendário a nível de Enem é fragilizar e colocar em risco políticas públicas dele decorrentes como sistema de cotas, financiamento estudantil, instrumentos que por sua vez são as chaves para minorar as desigualdades sociais tão alarmantes hoje no nosso país”.
O Inep ainda argumentou que foram adotadas “todas as medidas sanitárias para que o mesmo [Enem] seja realizado com segurança”, além de destacar que “tirar a chance do estudante de prestar este Exame é acentuar, ainda mais, qualquer discrepância social, econômica, é colocar em um local ainda mais distante das perspectivas de ascensão e crescimento dessa juventude”.
(Com informações do G1)
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