No Brasil, o Dia do Psicólogo é comemorado em 27 de agosto em homenagem a data da regulamentação desta profissão no país, através do Decreto de Lei nº 4.119, de 27 de agosto de 1964. Além disso, comemora-se o fim da luta travada, principalmente na década de 1950, por profissionais de diversas regiões do país que viam na Psicologia a oportunidade de melhorar a vida das pessoas, a qualidade da educação oferecida ou mesmo as condições de vida no país; e o início de uma nova luta pela qualidade da formação e dos profissionais.

Mas, apesar das diversas conquistas, o reconhecimento e a desmistificação dessa profissão ainda é uma luta diária. Muitos estabelecem rótulos para esses profissionais ou encaram com um pré-conceito (e também preconceito) o trabalho do psicólogo.

Para Maria de Lourdes Gonçalves Cruvinel (Lurdinha), professora universitária, psicóloga Organizacional e do Trânsito, o psicólogo é taxado, mas, existem várias áreas de atuação.

Há um preconceito com relação aos tratamentos, aos rótulos quando se refere a psicologia clínica, porque, na verdade, os psicólogos podem atuar em várias áreas. Como por exemplo, trabalhamos na área organizacional, fazendo recrutamentos, seleções, colaborando com a parte comportamental em todos os segmentos da empresa e com isso trazendo óptimos resultados. Todas as grandes empresas têm psicólogos que fazem parte do RH. Na área hospitalar, temos profissionais trabalhando na UTI, na pediatria. Tem o psicólogo que pode atuar em manicômios, e também profissionais que atuam em escolas, que são da área de psicologia escolar. Temos os psicólogos que atuam com crianças com problemas, como TDAH, ou seja, em vários segmentos. A psicologia clínica é uma delas, e, sempre que somos abordados, a ideia é que trabalhamos apenas com a psicologia clínica, como se estivéssemos aptos a resolver os seus problemas. Na verdade, não é isso, o psicólogo cuida de vários detalhes. Nós não somos mágicos, não somos bruxos, somos humanos, temos emoções e somos profissionais que trabalhamos com o maior mal do século, que são as doenças emocionais. O objetivo é esse, fazer com que as pessoas tenham mais autonomia e sejam mais fortes nas suas independências, que melhorem sua estima, que fiquem mais seguros. ”

Mesmo na atualidade, ainda existem rótulos diante de quem trabalha com isso, ou quem frequenta um consultório.

“Dentre os rótulos, as vezes pensam que psicólogos só ouvem. Isso não é verdade. Psicólogos não tem só cara de paisagem. Outro rótulo é de que resolve problema, e não é verdade. Nós ajudamos a alinhar, observar e desenvolver sua autonomia. O psicólogo jamais vai resolver seu problema, o papel dele não é resolutivo, é colaborativo e facilitador. O profissional da área da psicologia trabalha em várias linhas e áreas que ele pode utilizar com técnicas, estudadas na graduação e especialização. ”

Comemora-se hoje, então, uma história de perdas e vitórias, alcançadas por pessoas que batalharam para criar o cenário profissional dos dias atuais.