No dia de hoje, 19 de junho, a Lei Seca completa uma década de existência. A norma visa conscientizar o motorista de que misturar bebida com direção é uma decisão imprudente que coloca a vida de milhares em jogo anualmente, mas o impacto da mesma não vem sendo perspicaz. Mais de 1,5 milhão foram autuados desde o seu início e o número cresce exponencialmente a cada ano. No último ano, cerca de 230 mil indivíduos foram autuados. (Fonte: Detrans, PM, SESP, PRF)

Eduardo Lobo, advogado, nos informa que falta conscientização. A divulgação massiva com o uso de força coercitiva e punitiva não está gerando resultados, já que existem grupos que divulgam onde estão acontecendo blitz, fazendo com que pessoas evitem passar por essas vias, evitando multas e prisões que deveriam ser realizadas de surpresa, em flagrante. 

A implantação de novas normas com punições rigorosas iniciou-se em abril deste ano, vindo em bom momento, a Copa do Mundo, onde pessoas se reunem entre si com bebidas alcoólicas para o acompanhamento de jogos, maximizando o risco de gerar um acidente em suas voltas para casa. As frases "se beber, não dirija" e "se for dirigir, não beba" não surtem mais efeito na população, já que estão atreladas a propagandas que procuram despertar o desejo no consumidor pela sensação do álcool, a alegria momentânea.

Com a recente democratização de transporte coletivos e aplicativos de motoristas, não está mais difícil deixar o seu veículo em casa ao sair para a confraternização, já que você pode voltar em segurança pra casa sem pagar preços exorbitantes. Sair em grupo também é muito comum e não custa nada definir o motorista da rodada. A pessoa escolhida pode falar "mas eu não vou me divertir se não beber", mas é melhor perder uma noite do que perder uma vida da noite para o dia.