sexta-feira, 19 de abril de 2024

Rio Verde

Professor Doreto explica melhor o militarismo pedido por tantos diante das crises

POR | 29/06/2018

O professor universitário, filósofo, sociólogo e sindicalista lembra a todos o que realmente significa o militarismo e ditadura.

Professor Doreto explica melhor o militarismo pedido por tantos diante das crises

Jornal Somos

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O militarismo foi um governo de exceção que através de um golpe militar em 1964, os militares tomaram o poder e impuseram uma ditadura. Por que o nome ditadura? Porque eles acabaram excluindo a democracia, ou seja, através dos atos institucionais eles foram gradativamente acabando com o direito que as pessoas tinham de votar. Depois, com AI5, eles consolidaram essa ditadura, logo após instituir uma constituição que dava mais poder ao executivo, nessa época introduziram a censura, mais cassações e perseguindo cada vez mais aqueles que eram contra a ditadura militar.

Militarismo é o nome dado a uma filosofia que é favorável à preponderância do elemento militar na vida política e administrativa de uma nação. É a expansão das práticas militares para a vida política e social de uma nação. Tal conceito defende que uma expressão militar do poder de um estado é fundamental na formulação e condução das políticas públicas, e consequentemente resulta na preponderância da classe militar em relação aos civis, ou a sua forte influência na tomada de decisões.

Militarismo, ditadura, golpe militar, independente do nome, mostraremos os prós e contras de um regime que se fez presente no Brasil e ainda é muito discutido por todos em salas de aulas ou fora delas.

O professor universitário formado em filosofia e sociologia, Givaldo Doreto, expõe seu ponto de vista.

Prós:

O que acho interessante é a questão do nacionalismo, do amor à pátria que os militares tem, apesar de usar isso como instrumento de coerção, para calar a oposição. Os militares como nacionalistas não privatizaram nossas estatais, o que para mim, foi um ponto positivo. E de certa maneira, fortaleceram essas empresas, melhoraram a infraestrutura, foram criadas estradas, hidreelétricas, etc. Mas isso está ligado ao contexto do crescimento, proporcionado pelas multinacionais e pelo capital especulativo que entraram no país de 1969 a 1974, no chamado milagre econômico. Crescimento estéril que não resistiu a primeira crise internacional (crise do petróleo) um país com tanta riqueza não tinha como não se investir em infraestrutura.

Contras:

A falta de democracia, o arrocho salarial, com a crise veio o crescimento da inflação e também da dívida externa, até então inimagináveis. Essa situação econômica serviu como base para a crise dos anos de 80, chamada de década perdida. Além disso, as torturas, a falta de liberdade, as perseguições e as mortes, de guerrilheiros e de pessoas que discordavam do governo, que lutavam por democracia.

Durante a greve dos caminhoneiros muito se ouviu falar em intervenção militar, “Na verdade, as pessoas não sabem exatamente o que estão falando. A intervenção que foi solicitada não é constitucional, intervenção militar é ir contra a democracia, contra a nossa Constituição. Então, esse pedido é, de alguma forma, irracional. Essa ideia de que vai acabar com a corrupção, é o mesmo discurso de 1964. Os próprios militares não falam em militarismo, a maioria diz ser contra, pois defendem a democracia. A Constituição fala em intervenção militar solicitada pelo governo em momentos extremos, mas não golpe militar. Temos que respeitar a constituição”.

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