sábado, 20 de abril de 2024

Entrevista: Presidente da Câmara de Vereadores de Rio Verde Lucivaldo Medeiros explica suas escolhas

POR | 19/06/2018

Respondendo ao JORNAL SOMOS, presidente da Câmara explica sobre sua função e posições políticas.

Entrevista: Presidente da Câmara de Vereadores de Rio Verde Lucivaldo Medeiros explica suas escolhas
  1. Como a política virou um projeto de vida para você?

A minha família não tem intenção política, e eu me filiei pela primeira vez após um trabalho feito junta à secretaria municipal de Saúde, quando o Dr. Paulo Do Vale, atual prefeito, ainda era secretário de Saúde, e eu fui convidado para fazer parte da transição, naquela época, da primeira gestão do Dr. Juraci e, acabei ficando um ano na secretaria, e após esse mais um ano como diretor administrativo do Hospital Municipal, e logo após fui diretor administrativo também da primeira UPA do estado de Goiás. Esses trabalhos desenvolvidos junto à população, trabalho com credibilidade, foram despertando as pessoas que começaram a cobrar o lado político que eu sempre gostei, sempre participei, mas não ativamente, apenas como espectador. E assim foi feito. A saúde já havia dois mandatos que não elegia ninguém pela área, aceitei o convite, o desafio e fomos eleitos naquela oportunidade de 2008, o vereador mais votado de Rio Verde. E graças ao trabalho prestado na Saúde, junto com o Eduardo Ribeiro, atual secretário da Saúde e o Dr. Paulo Do Vale com toda a equipe, nós criamos e estamos juntos, equipe que é mantida até hoje. E assim o enveredamento da política foi dessa forma. Graças a um trabalho social.

 

  1. Então, podemos concluir que seu trabalho de gestão definiu seu personagem político hoje?

Foi fundamental essa experiência e participação administrativa para a minha carreira política, para afunilar e participar mais de perto das necessidades do cidadão, das pessoas e também a cobrança que a gente sofria. Durante a administração do hospital municipal a gente via a carência que também tem de informações ao cidadão, a carência que tem na área da segurança na saúde principalmente que foi onde atuamos, e também na educação. E aí sempre fomos procurados e essa procura foi se intensificando porque a gente sempre deu resposta e respaldo às demandas. E isso foi dando a credibilidade que nós sempre tivemos na nossa vida, no dia a dia, na vida pessoal e profissional. E assim foi a junção da parte administrativa com a parte política.

 

  1. Você tem uma origem rural, é nascido na fazenda Douradinho, fez colégio agrícola. Por ter essa formação tão distante de seu cotidiano atual considera ter mais dificuldade para encarar a estrutura política vive?

Não, Eu sempre acompanhei os movimentos de classe, sempre fui abrasivo, nos movimentos de “caminhonaço”, businaço, panelaço, eu sempre fui e sempre gostei de reivindicar. Quando eu fiz escola agrícola eu participei do conselho fiscal da cooperativa da escola Agrotécnica Federal de Rio Verde na época, eu participei da presidência da comissão de formaturas, e assim sempre gostei de estar à frente dos projetos. Mesmo estando no mundo rural ligado diretamente como produtor rural, a gente sabia e reivindicava as demandas dos produtores rurais daquela classe que tiveram muitos problemas; falta de tecnologia, falta de investimento, falta de segundos... E assim, nós aprendemos acabar e a reivindicar, então isso acabou ajudando e jogando pra área política que foi um casamento perfeito que eu acho deu certo e foi bom.

 

  1. Você tem formação em direito, nunca teve interesse em exercer exclusivamente a profissão de advocacia?

Tenho vontade, não deu foi tempo ainda. Porque a vida política absorve muito tempo, há ela se dedica exclusivamente esse tempo que nós teríamos na nossa vida como profissional, como agricultor produtor rural. Mas sou apaixonado também pelo ramo jurídico e foi em 2011 que eu formei. Eu até sou cobrado por isso, mas eu gosto, não abandonei, mas as atribulações e correria do dia a dia, que acaba não dando tempo de dedicar. Então preciso fazer uma coisa ou outra, e nesse momento nós estamos atuando, participando fortemente na política e administrando a Câmara por esse biênio que está findando no ano de 2018.

 

  1. Em 2012 você foi eleito o vereador mais votado na casa, o que você acha que foi a causa de conseguir esse número tão alto de votantes?

A credibilidade e os compromissos. Toda pessoa, principalmente o político, que se expõe mais do que o cidadão comum, a sua vida no dia a dia é muito cobrada. E essa resposta positiva e essa credibilidade, esse retorno, eu acredito que foi o resultado nas urnas. Um trabalho juntamente com a secretaria de Saúde, atendendo as demandas e as reivindicações das pessoas, dos funcionários, humanizando o atendimento, que era uma determinação do então secretário Dr. Paulo do Vale, junto com toda a equipe, humanização começando primeiramente pelos funcionários. E isso foi feito, então essa explosão de votos e esse conhecimento. Eu saí do anonimato e vim pra vida púbica, justamente assim, prometeu, cumpriu. O que não consegue, já fala de uma vez por todas que você não consegue fazer ou se vai tentar fazer. Então acho que a vida é assim e a vida pública tem que ser ainda mais.

 

  1. Hoje diante do que se tem de contexto social, digital principalmente, o acesso a falar o que quiser e como quiser, a função do vereador foi desacreditada e também confundida. Qual é o papel real de um vereador diante desse contexto?

Papel constitucional que faz parte dos três entes que fiscalizam os executivos. Temos aí o Ministério Público, o Tribunal de Contas do Município e o Vereador. O legislador que vai votar e aprovar as leis e que vai fiscalizar o executivo. E essa fiscalização não é só os projetos que chegam à “casa de leis”, mas também a aplicabilidade das verbas, os recursos, a execução das obras, o tempo de execução das obras, a durabilidade das obras, a qualidade da entrega, acompanhar licitações, acompanhar infraestrutura, etc. Nós temos na Câmara várias comissões que já existiam e nós institucionalizamos mais algumas e todas são atuantes. Então essa parte social acaba ficando vinculada e o vereador se expõe porque vai até a comunidade, vai até os problemas. Então o vereador sendo esse elo forte entre o executivo e a comunidade, a população faz o papel fundamental institucional e constitucional que é realmente de fiscalizar, não de punir o prefeito, mas sim de ajudar a administração a fluir, que a finalidade do bem comum é um só. Prefeito e vereadores, executivo e legislativo, tem uma finalidade precípua que é a mesma, que é o bem comum da comunidade do cidadão do pagador de impostos. 

 

  1. Você também tocou num assunto que eu iria já questionar anteriormente. Os conselhos e comissões nem sempre são entendidos, por que precisam existir?

Por exemplo, nós não tínhamos a comissão de segurança na Câmara, mas também não tínhamos a Guarda Municipal. Então, quando vai aumentando as demandas como em Rio Verde, em explosão de crescimento, nós precisamos acompanhar essa demanda. E os conselhos vão fazer atuação direcionada, porque na amplitude nós somos em 21 vereadores e as demandas são altas. Nós não temos votação setorizada, nós não temos os votos distrital. Eu sempre me intitulei Lucivaldo da Saúde, mas sabemos que eu atuo, e todos atuam, em todas as áreas. Desta forma, quando se cria as condições você tem um foco, você direciona o seu objetivo. Criamos a comissão provisória para estudar o projeto dos moto-táxis, outro exemplo, logo em seguida que for votada o projeto, essa comissão será dissolvida, mas é para dar foco, para dar direcionamento à problemas e demandas específicas. São muito importantes, é o que acontece às vezes e que são tantas comissões, tantos conselhos e são todos voluntários. Eles não são remunerados é um extra que você faz, é uma disponibilidade a mais. Então é uma boa vontade, e a criação dos conselhos é a funcionalidade, em alguns casos ela é exigida legalmente, constitucionalmente, e nós temos uma aceitação dos vereadores têm participado ativamente dos conselhos e das comissões.

 

  1. Muita gente às vezes pergunta, por que é que precisa de um presidente na câmara?

O presidente da Câmara gere o fundo. Presidente, prefeito e secretários municipais são gestores de verbas e respondem legalmente, civilmente e criminalmente, por essa verba que precisa de um responsável. Assim como o presidente da República, ele faz o juramento e assume todos os bônus e os ônus da função. O presidente da câmara tem a responsabilidade final e a cobrança do TCM, do Ministério Público. Os ofícios que recebemos de todos os aspectos vem direcionado ao presidente, porque precisa ter um responsável e a constituição rege, por isso ele é eleito entre os pares e ele que tem que assumir toda a essa função, toda essa obrigação. Então o presidente da câmara responde por todos os atos do legislativo, inclusive pelo comportamento dos vereadores, comportamento ético, moral, qualquer reclamação, qualquer oficio é direcionado ao presidente para que ele converse com o vereador, converse com os funcionários. Temos um prédio a ser mantido e zelado, temos uma praça que passará por uma reforma agora, então assim é uma função dura, difícil, mas que nós estamos aqui encarando terminando nosso biênio agora em 2018.

 

  1. Anteriormente você foi acusado de gerar benefício direto a um familiar, mas como vê hoje essa questão?

Na verdade foi o sindicato dos funcionários que fez indagações junto à secretaria de Administração porque a minha irmã é concursada na secretaria de Educação, ela é mestreada, doutorada, pós-doutorado e adquiriu todos esses direitos muito antes de eu entrar na política. Então as pessoas  confundem com esses aproveitamentos políticos. Eu achei muito bom ter levantado essa questão porque o sindicato acabou levando essas informações ao ministério público, o ministério público apurou coisas que a gente já sabia e arquivou o processo na íntegra sobre a idoneidade e a seriedade da minha irmã. Não houve benefícios da minha parte à nenhum parente, muito menos por ela. Ela foi transferida pela Fesurv algumas vezes, e agora coincidentemente a UniRv precisou de professores do gabarito dela, do conhecimento dela, e a Educação cedeu, emprestou com ônus, para a Universidade mantendo-se as mesmas obrigações e tendo também o mesmo salário. Existe no site do Ministério Público, mas eu posso te enviar todas essas informações que estou te passando. Então houve (a acusação), porque eu estava na eminência de sair candidato a deputado estadual. Começou essas expiações políticas que são ruins e confundem a comunidade, denigre a imagem da pessoa, mas nós nunca tememos. Esta aí apurado, porque é de direito e tenho certeza que a população entendeu e é importante você ter mencionado isso aí para mais uma vez termos a oportunidade de esclarecer.

 

  1. Há dois anos para terminar esse último mandato, tem pretensões diferentes para o futuro ou continua onde está?

Eu sempre participei e trabalhei minha vida em grupos. Não tenho nenhum projeto individual e pessoal, e nem a vaidade pessoal de sair a candidato a deputado Estadual, nem (deputado) Federal, como já foi comentado e cogitado. Nosso grupo entendeu, porque não conseguimos a união das oposições, o que inviabilizou a candidatura dentro da MDB. E estamos acompanhando um projeto em que acreditamos, na eleição do senador Ronaldo Caiado a governador do estado de Goiás. Estou acompanhando nosso líder maior, também do executivo, Dr. Paulo Do Vale, que além de empreendedor, é um politico também novato, mas que tem história. O sogro dele foi prefeito de Rio Verde, o pai dele já foi vereador em vários lugares de Minas Gerais. Assim, em grupo que decidimos e sempre sentamos. Então não vou contra a decisão do grupo e estamos juntos com a administração municipal, aguardando ainda as convenções. Poderá ter algum desfecho diferente desse, mas continuando com a divisão das oposições, mas caminharemos com o senador Ronaldo Caiado.

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