Hoje o Jornal Somos conversou com um escritor independente de Rio Verde. Igor Orlando, (mais conhecido pelo pseudônimo I. T. Orlando), tem 27, um livro publicado, o segundo no processo e o terceiro em produção. Escritor da literatura fantástica, ele conta os desafios de ser um escritor no Brasil, como foi e está sendo a sua experiência e dá dicas para quem, assim como ele, tem o sonho de ser um grande autor!

Como funciona ser um escritor independente no Brasil?

I.T.: Hoje em dia as editoras grandes infelizmente focam em obras estrangeiras, buscando menos trabalho e mais lucro, pois esses livros já se vendem. Quando se é um escritor independente eu indico procurar o site Clube dos Autores. Isso te traz alguns custos, o único trabalho da editora ali é na hora de imprimir e prensar, o resto é todo com você. É uma grande oportunidade, mas traz responsabilidades que nem todo escritor quer ter, por exemplo, se você cometeu um erro e não percebeu, se for imprimir 100 livros, serão 100 livros com erro. E é caro, meu primeiro livro ficou 80 reais cada um, enquanto o meu custo na editora em que eu fui aceito não foi em metade disso. Também não é impossível ser aceito em uma Editora. Sobre as editoras em que fui aceito: procurei menores, que tem o foco de publicação, e deu muito certo. Em contrapartida, todas essas editoras não tem mídia, um grande renome, eu quem tenho que trabalhar com divulgação. A minha editora é uma das melhores, não posso divulgar o nome, mas estou muito satisfeito, porque ela coloca livros digitais e livros físicos em suas empresas parceiras me dando os royalties. E conforme meu contrato, eu ainda poderia buscar outras editoras sem problemas.

E os ghost writers, como os dos youtubers, são uma competição justa?

I.T.: No ramo literário tem N coisas para escrever sobre, e os youtubers trabalham muito pelo conteúdo audiovisual. A maioria dos seus livros é de biografia, que são os tipos mais difíceis de vender, porque só compramos de pessoas que já conhecemos. O youtuber faz seu conteúdo focado para a internet. Viver de livros no Brasil é difícil, para isso você tem que já ter um grande nome, no meu caso, eu comecei com um livro que pode chamar atenção de outras editoras, que podem se interessar e ir a frente com minha obra. Eu escrevi um romance, e meu foco é a literatura fantástica, mas tem várias questões além.

O processo da produção até a publicação demora?

I.T.: É difícil criar um mundo fantástico. O primeiro passo é pensar na história que se passa, porque quando temos a história fica mais fácil criar o mundo. Uma vez com o enredo você decide o mundo. Porque eu quis criar um mundo? Sou fanático por RPG, jogos, animes e como consumidor de conteúdo eu acho que um mundo além do nosso parece mais interessante. Em 2009 eu tive a ideia e decidi que escreveria como se fosse o narrador, e o jogador de um RPG. O título só veio após a conclusão, As Crônicas de Valo. O título inicial seria O Cavaleiro de Pedra, mas este apenas se liga ao primeiro arco, por isso pensei em um nome que desse sequência.

Como foi o lançamento?

I.T.: Foi a melhor experiência da minha vida. No lançamento tinha todos os meus amigos, pessoas de empregos passados e do atual, amigos que acompanharam a ideia desde o início, família. Era como se fosse meu mundo utópico, onde todas as pessoas que eu conheço esstivessem lá. Quando acabei o cavaleiro de pedra, continuei, e estudei bastante sobre o processo de edição e publicação, assim que soube que deveria registrar ele, mandei o original a Biblioteca Nacional. Eles demoram seis meses para te mandar um registro, e nesse tempo continuei, produzindo o segundo livro, e quando o registro deste chegar, quero estar com pelo menos 50% do terceiro livro pronto. Em meu lançamento vendi quase tudo, não sei quantas cópias já foram vendidas. Meu livro está a venda na Nobel, nas Lojas Americanas, em mercados online e em forma digital, como e-Book.