quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Redação Jornal Somos
Há milhares de anos os chineses usavam para afastar maus espíritos os fogos de artifícios, que hoje são usados em celebrações e festejos pelo mundo todo. Os fogos não perturbam somente os animais domésticos, como também os bebês, crianças e até alguns idosos. Causam inúmeros desconfortos aos animais,podendo provocar até a morte, entre outros efeitos.
É do conhecimento de todos que os animais domésticos se afligem bastante com o barulho das explosões de fogos de artifício. Há relatos de cães que fugiram, se machucaram, tiveram ataques de pânico e desmaios durante um show pirotécnico nas proximidades. Os ouvidos sensíveis dos cães e dos gatos, bem como de muitos animais silvestres, tornam o ruído dos estouros muito mais perturbador e assustador. E há casos de pets que apresentam problemas neurológicos ou cardíacos. O estresse e o medo podem causar vômitos, falta de ar, convulsões e arritmias cardíacas nesses casos.
O adestrador Pétri Maiolini, que trabalha há 22 anos com adestramento de cães, explica a razão do susto dos cães diante os fogos de artifícios, “É incrível a potência dos ouvidos caninos que inclusive à distância e podem ouvir sons quatro vezes mais longe do que os seres humanos. Vale lembrar que é importante saber que barulhos muito altos podem ter um impacto negativo nos cães”.
Caso o cão tenha ataques de pânico ou convulsões, a indicação é manter a calma. “A primeira coisa a fazer é manter a calma e colocar o animal em uma posição em que ele não se bata ou caia de um lugar alto. O ideal seria deitá-lo sobre uma superfície macia, como um colchonete ou algumas almofadas para que ele permaneça confortável e não se machuque por causa das convulsões certo. Há quem aconselhe que evitemos que o animal engula a própria língua, pois, dessa forma é possível manter a oxigenação dele. É claro que o senso comum nos indica que se colocarmos a mão na boca do cachorro correremos o risco de levarmos uma mordida, então é melhor evitar. Após o ataque epilético, é preciso deixar que o cão descanse em um lugar tranquilo, pois ele estará esgotado, e se necessário, procurar um veterinário para a administração de um relaxante muscular. Caso seja possível, o próprio dono deve aplicar um relaxante pelo reto do animal quando ele vier a sofrer de um ataque epiléptico”.
A adestradora Adriana Bezulle explica uma forma de proteger seu animal com uma técnica que o próprio dono pode fazer em casos de fogos de artifícios “Nunca deixe seu cão só. Proporcione um ambiente seguro e tranquilo e o observe. Pode até ser caixa de transporte, desde que fique por perto. Há ainda uma técnica que tem sido muito difundida,a de enrolar uma faixa ou tecido no corpo do animal em pontos estratégicos para que a circulação sanguínea das regiões extremas do corpo seja estimulada, amenizando as tensões localizadas no dorso do animal e diminuindo a sua irritabilidade. O grande problema é que essa técnica tem sido difundida como “a solução”, mas na realidade ela só funciona em alguns casos. No geral, cães já em nível pânico não terão qualquer tipo de reação. O que pode ocorrer, se não houver supervisão, é o cão rasgar as faixas a fim de retirá-las, ou até mesmo deixá-lo mais irritado”.
“Prepare o seu cão para lidar com o ruído, expondo o seu animal de estimação a outros sons. Por exemplo sons e músicas. A dessensibilização de ruídos ajuda a prevenir uma fobia de ruídos altos. Use um CD com sons que ele não esteja acostumado a ouvir, bem antes da temporada de fogos de artifício. Uma dica importante é colocar algodão no ouvido do seu cachorro", afirma Pétri.
Sobre os casos já atendidos por ele, a indignação é o sentimento predominante. “Cães que morreram de infarto, outros cortaram todas suas patas, que morreram em piscinas, outros fugiram e não voltaram mais, outros morderam seus próprios donos transtornado, entraram em briga corporal devido aos fogos e muito mais. A minha indignação contra fogos é porque, para eles, o mundo está acabando em bombas.”
“Mutilações após acidentes e os sofrimentos dos animais podem ser resolvidos com a proibição de fogos ao ar. Leis severas seriam a solução de imediato, não tem como controlar audição dos anjos de quatro patas." indaga o adestrador.
A adestradora afirma que a solução está na humanização. “Fogos são sinônimo de festa, comemoração. Mas devemos pensar que não há como comemorar diante de tanto sofrimento. Tudo o que é excesso faz mal, portanto, se todos pudessem festejar sem prejudicar os demais seria excelente! Entretanto, sabemos que essa seria uma solução que somente contaria com o bom senso do ser humano...”
E você, tem um animal em casa que passa por isso? Nos conte a técnica que funcionou com seu animal!