quinta-feira, 28 de março de 2024

Goiás

Goiás possui apenas 2,5 leitos hospitalares a cada mil habitantes

POR Jornal Somos | 24/10/2018
Goiás possui apenas 2,5 leitos hospitalares a cada mil habitantes

Foto: Jornal Somos

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Foi divulgado ontem (24) pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) o levantamento sobre leitos hospitalares no Brasil. Os números foram pessimistas para a iniciativa pública de todo o Brasil, representando aumento na quantidade geralmente nos leitos privados. Segundo a pesquisa, o Brasil perdeu nos últimos 10 anos mais de 41 mil leitos hospitalares que serviam pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Enquanto em 2008, o número total de leitos na rede pública chegava a 344.573, em 2018 o total chegava a 303.185.

 

Já os leitos particulares aumentaram em 41.388, passando de 116.083 em 2008 para 134.380 este ano. De forma geral, portanto, o sistema de saúde brasileiro passou de 460.656 leitos em 2008 para 437.565 em 2018, totalizando 23.091 leitos a menos – o equivalente a seis leitos fechados por dia durante um período de dez anos. Em âmbito nacional, foram registrados 2,1 leitos por mil habitantes.

 

Em Goiás, o quadro se manteve similar. Os leitos hospitalares classificados pelo SUS cairam em 2.490, passando de 12.941 em 2008 para 10.451 em 2018. Ao juntar os leitos hospitalares público e privado, é constatada também uma redução: o número caiu de 17.724 leitos em 2008 para 17.498 em 2018. Esse fator, combinado com o crescimento da população, contribuiu para que o número de leitos por mil habitantes passasse de 3,03 para 2,56.

 

Apesar das estatísticas pessimistas, Goiás é o estado do Centro-Oeste com mais leitos hospitalares. O Centro-Oeste se torna a segunda região melhor classificada com leitos por mil habitantes, registrando o número de 2,3, perdendo apenas para o Sul, que conseguiu 2,4. Ambas as regiões estão acima do índice nacional, que chega a 2,1.

 

O índice em outros países é o seguinte: na Alemanha existem 8 leitos por mil habitantes e no Japão, 14. 

 

Por meio de nota, o Ministério da Saúde informou que a redução de leitos públicos, predominantemente psiquiátricos e pediátricos, não afetou a oferta assistencial e a produção aprovada nos sistemas de informação do SUS. A quantidade de internações aprovadas no sistema em 2008, segundo a pasta, foi de 11,1 milhões e, em 2017, de 11,6 milhões. Nesse mesmo período, a produção ambulatorial, de acordo com o documento, cresceu 34%, passando de 2,9 bilhões de procedimentos ambulatoriais para 3,9 bilhões.

 

“O estudo mostra comportamentos diferentes se compararmos quantitativos de leitos SUS e não SUS. Enquanto o primeiro teve mais fechamentos que habilitações, o segundo grupo mostrou um aumento de aproximadamente 18.300 unidades. Isso significa que os leitos públicos diminuíram mais drasticamente”, destacou a CNM que usou a base de dados do próprio Ministério da Saúde para lançar o estudo. “Considerando a quantidade de leitos hospitalares segundo especialidade, identifica-se que os leitos denominados ‘outras especialidades, pediátricos e obstétricos’ apresentaram uma redução considerável”, apontou o levantamento. 

 

Ainda de acordo com o Governo Federal, dos 7.580 estabelecimentos de saúde com leitos que apresentaram produção no Sistema Único de Saúde, 4.146 apresentaram taxa de ocupação menor que 50%, considerando capacidade instalada de leitos e produção aprovada. A baixa ocupação dos leitos, segundo a pasta, está mais concentrada nos hospitais de pequeno porte, com menos de 50 leitos.

 

O ministério informou investir na habilitação de leitos de Unidade Terapia Intensiva (UTI), que exigem maior estrutura e esforço profissional, assegurando recursos federais para ampliação da oferta no SUS. Em dez anos, de acordo com a nota, o número de leitos de UTI no país aumentou 66,4%, passando de 26.725 em 2008 para 44.484 em 2018. Dessa forma, do total de leitos exclusivamente SUS (332.089), 21.658 são de terapia intensiva, representando mais de 50% do total de leitos de UTI habilitados no país.

 

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