sábado, 23 de novembro de 2024
Redação Jornal Somos
Nesta quarta-feira (15) algumas cidades goianas realizaram manifestações contra o corte de recursos para a educação anunciado pelo Ministério da Educação (MEC). Algumas escolas e universidades chegaram a suspender as aulas por conta dos atos. Todas na verdade seguem o movimento a nível nacional que está sendo realizado no Brasil em oposição as últimas notas e afirmações do governo federal e estadual de cortes e contigente nos gastos da educação pública.
Em Goiânia as aulas foram suspensas, segundo a presidente do Sintego, Bia de Lima, 80% das escolas estaduais de Goiás estão fechadas e 70% por cento das escolas municipais também não abriram nesta quarta-feira. Ainda segundo ela, todas as universidades e institutos federais do estado não tiveram aula.
Manifestações no sudoeste do Estado
Algumas cidades do sudoeste do estado também protestaram hoje, como em Jataí, onde várias pessoas se concentram na porta da regional do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego) em apoio à mobilização. Ele seguiram em passeata até a Praça Diomar Menezes. A PM calcula que 500 pessoas estão participando. Os organizadores ainda não estimaram público. Além das escolas, o campus da Universidade Federal de Jataí, da UFG, também estava fechado.
A mesma situação acontece em Catalão, na região sudeste. Estudantes se concentram na porta da UFG e do Instituto Federal Goiano (IF Goiano) e pretendem caminhar até a Praça Marca Tempo, no centro, onde realizaram o protesto. As duas universidades e algumas escolas do município estão sem aula.De acordo com o Sintego, das 17 escolas estaduais, sete aderiram ao movimento. As escolas municipais não estão participando.
Em Anápolis, a 55 km de Goiânia, estudantes e professores da Universidade Estadual de Goiás (UEG) e de escolas da rede estadual foram às ruas com faixas e cartazes. Segundo a organização, cerca de 300 pessoas comparecem. A PM não estimou número. A Secretaria Municipal de Educação informou que nenhuma escola vinculada à prefeitura deixou de ter aulas. Outras 19 escolas estaduais aderiram e paralisaram as atividades.
Na cidade de Rio Verde, o protesto ocorreu dentro do campus do Instituto Federal de Goiás (IFG). Com cartazes e um carro de som, eles fizeram uma caminhada e gritaram palavras de ordem. Os organizadores falam em 200 participantes. A PM não acompanhou o ato.
As manifestações também acontecem em outras regiões como em Itumbiara e Luziânia. Em Itumbiara os manifestantes se reuniram na Praça São Sebastião e seguiram pela Avenida Paranaíba, a principal da cidade. A organização afirma que 500 pessoas participam. A PM não enviou cálculo. A Secretaria de Educação afirmou que as 34 escolas municipais da cidade aderiram ao protesto e não tiveram aulas. Em relação aos colégios estaduais, apenas três participam. Alguns servidores da UEG também atuam na mobilização. Já em Luziânia Cerca de 100 servidores estaduais caminharam pelas ruas do centro da cidade, no Entorno do DF. Nas faixas, mensagens contra o bloqueio de verbas para educação.
Bolsonaro chama manifestantes da educação de 'idiotas úteis'
Em sua chegada a Dallas, nos Estados Unidos, nesta quarta-feira, o presidente Jair Bolsonaro afirmou, que os estudantes que estão protestando contra o corte de verbas para a Educação são "massa de manobra" e "idiotas úteis". Em sua opinião, eles são manipulados por uma minoria que comanda as universidades federais.
Ministro convocado
A Câmara dos Deputados aprovou ontem, terça feira (14), a convocação do ministro da Educação, Abraham Weintraub, para explicar, em audiência no plenário da Casa, os cortes orçamentários na área, principalmente os realizados nas universidades federais.
Bloqueio de recursos
Em abril, o Ministério da Educação divulgou que todas as universidades e institutos federais teriam bloqueio de recursos. Em maio, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) informou sobre a suspensão da concessão de bolsas de mestrado e doutorado.
De acordo com o Ministério da Educação, o bloqueio é de 24,84% das chamadas despesas discricionárias — aquelas consideradas não obrigatórias, que incluem gastos como contas de água, luz, compra de material básico, contratação de terceirizados e realização de pesquisas. O valor total contingenciado, considerando todas as universidades, é de R$ 1,7 bilhão, ou 3,43% do orçamento completo — incluindo despesas obrigatórias.
Corte de bolsas não era esperado pelas universidades
A suspensão das bolsas disponíveis não teve aviso prévio, explicou o pró-reitor de pós-graduação, Laerte Guimarães, segundo ele a UFG tem 766 bolsas de Mestrado e 530 bolsas de Doutorado da Capes. Neste mês, com o bloqueio do sistema, foram recolhidas 42 bolsas do Mestrado e 16 no Doutorado. O professor explica que as bolsas são imprescindíveis para que o trabalho seja desenvolvido com qualidade.
Na UFG existem também 64 bolsas de pós-doutorado, para recém doutores continuarem suas pesquisas, muito importantes para alavancar os programas de pós-graduação. Muitas bolsas destas recolhidas já estavam destinadas para novos estudantes. Ele também afirma que a Capes vai cortar fomento para cursos que tenham nota 3 por duas avaliações consecutivas.
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