quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Política

Bolsonaro critica ministro do STF mas admite que poderá escolher outro nome para PF

POR Ana Carolina Morais | 30/04/2020
Bolsonaro critica ministro do STF mas admite que poderá escolher outro nome para PF

Redação Jornal Somos

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Após a suspensão da nomeação de Alexandre Ramagem para a diretoria-geral da Polícia Federal ser determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, o presidente Jair Bolsonaro voltou a afirmar, nesta quinta-feira (30), que irá recorrer da decisão. Entretanto, mesmo em desacordo e efetuando muitas críticas ao ocorrido, admitiu estar em busca de um novo nome para o órgão policial.

 

 

“Estamos discutindo um novo nome, uma nova composição, para a gente fazer com que a Polícia Federal realmente agora tenha isenção e ajude o Brasil com o trabalho que ela sempre fez desde a sua existência”, afirmou Bolsonaro.

 

 

Ao mesmo tempo, o presidente atacou o ministro do STF, desferindo várias críticas. Primeiramente, informou sobre o recurso que será instaurado pela Advocacia-Geral da União (AGU) e pediu celeridade ao ministro para a próxima decisão.

“Vai recorrer. Conversei ontem com o Jorge, também com outros ministros, e vai recorrer. Eu lamento agora que não tem tempo. Demora semanas, meses. Espero que (a nova decisão) seja tão rápida quanto a liminar. Eu espero no mínimo isso do senhor Alexandre de Moraes. No mínimo, espero do senhor Alexandre de Moraes rapidez, para a gente poder tomar as providências”.

 

 

Em sequência, Bolsonaro classificou a ação como “canetada”, afirmando que ainda não “engoliu” o acontecimento e que o Brasil quase viveu uma “crise institucional”.

“Tirar em uma canetada, desautorizar um presidente da República com uma canetada, dizendo em impessoalidade. Ontem quase tivemos uma crise institucional. Quase, faltou pouco. Eu apelo a todos que respeitem a Constituição. Eu não engoli ainda essa decisão do senhor Alexandre de Moraes. Não engoli. Não é essa forma de tratar o chefe do Executivo, que não tem uma acusação de corrupção, que faz tudo possível pelo seu país”.

 

 

Sobre a citação do princípio da impessoalidade feita por Alexandre de Moraes, se remetendo a amizade entre Ramagem e o presidente, Bolsonaro disse que este fato não pode ser utilizado como argumento para impedir a nomeação. “A amizade não está prevista como uma daquelas cláusulas impeditivas para alguém tomar posse. É uma pessoa competente segundo a própria Polícia Federal. E daí a relação de amizade? A minha segurança pessoa só não dormia comigo”, declarou.

 

 

O presidente complementou a temática dizendo que de Moraes só foi indicado ao STF por possuir “amizade” com o ex-presidente Michel Temer, de quem fora ministro da Justiça. “Não justifica a questão da impessoalidade. Como é que o senhor Alexandre de Moraes foi para o Supremo? Amizade com o senhor Michel Temer. Ou não foi?”.

 

 

Por fim, Bolsonaro explicou que a edição feita no decreto, nesta quarta-feira (29), anulando a nomeação, foi apenas para se adequar à liminar do STF. “Nós publicamos no DO a não indicação do Ramagem, cumprindo decisão liminar. Chateado, porque, afinal de contas, está na Abin. Se não pode estar na PF, não pode na Abin também. No meu entender, uma decisão política”, informou.

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