sexta-feira, 29 de março de 2024

Brasil

Saiba mais sobre o futuro Ministro da Justiça e Segurança Pública

POR | 10/11/2018
Saiba mais sobre o futuro Ministro da Justiça e Segurança Pública

Carta Capital

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A nomeação do juiz Sérgio Moro para o superministério da Justiça e da Segurança Pública gerou um alvoroço em toda a população brasileira. Juiz especializado em crimes financeiros em 1996, já participou das investigações dos casos do escândalo do Banestado e da Operação Farol da Colina, além de ter auxiliado o Supremo Tribunal Federal no julgamento do Mensalão. Todos esses casos envolviam desvio de dinheiro e corrupção política.

 

 

Atualmente, sua notoriedade mundial se deve ao comando da operação Lava Jato.  A operação começou em março de 2014 e é considerada pelo Ministério Público Federal como a maior investigação contra corrupção do país. A atuação corre em um ritmo rápido, incomum para ações desse tipo no Brasil. Até o momento já foram presos grandes empresários, políticos, lobistas e doleiros, totalizando 175 prisões. Para muitos o magistrado se tornou um símbolo de justiça e anticorrupção

 

 

Em 2004, o juiz escreveu em um artigo sobre a operação italiana Mãos Limpas a seguinte frase: "É ingenuidade pensar que processos criminais eficazes contra figuras poderosas, como autoridades ou empresários, possam ser conduzidos normalmente, sem reações”. A operação em questão aconteceu em 1992 e tratava de investigar parcerias de políticos com empresários.

 

 

O texto diz que juízes firmaram contratos de delação premiada com os suspeitos e os mandados de prisões preventivas serviam para impedir que as investigações encontrassem obstrução e para dar impressão de uma justiça eficaz e rápida. Além disso, a publicidade em volta da operação fez com que as figuras públicas envolvidas colaborassem com as ações judiciais. Dez anos depois, Moro vivia a mesma situação que descreveu em seu artigo.

 

 

Em 2016, mesmo ano em que falou publicamente pela primeira vez como juiz da Lava Jato, Moro prometeu que não entraria para a política. Ao ser questionado por aceitar o cargo de Ministro da Justiça, dessa forma abandonando a operação que o consagrou, o magistrado se defendeu dizendo que não se vê como um político verdadeiro, e que o cargo de ministro seria apenas técnico.

 

 

Apesar da promessa feita e da opinião do juiz, é inegável que ele influenciou fortemente o cenário político brasileiro. Ao investigar e condenar o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, Moro alterou todo o curso das eleições de 2018. O ex-presidente seria lançado como candidato do Partido dos Trabalhadores e era o favorito nas pesquisas. Sua condenação o tornou inelegível e afetou a popularidade de seu partido, o que resultou na eleição de seu antagonista, Jair Bolsonaro.

 

 

Logo após o convite para ser Ministro, Sérgio Moro abdicou de suas atividades jurídicas e do forte compromisso contra a corrupção e comunicou em ofício que tiraria férias e pediria a exoneração da magistratura em janeiro. Em mensagem aos colegas disse: “se tiver sorte farei algo importante”.

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