sexta-feira, 29 de março de 2024

Brasil

Crise hídrica: o que devemos esperar

POR | 02/11/2018

O Centro-Oeste está diretamente ameaçado pela falta de água e é uma das regiões que mais usa esse recurso de forma inadequada.

Crise hídrica: o que devemos esperar
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Um dos desafios para a nova gestão é a garantia de acesso a água de qualidade a toda a população. Apesar da sociedade brasileira ter sido criada no mito de que a água no país seria um recurso infinito, nos últimos anos a interferência humana tem mostrado os seus reflexos nessa abundância, sem mencionar as alterações no meio ambiente e também nas características climáticas.

 

 

Em todas as regiões do Brasil já existem problemas como a escassez, desaparecimento de nascentes e rios e a poluição da água. Especialistas alertam que se a sociedade inteira não mudar sua percepção e seus comportamentos em relação a todos os recursos naturais o país pode enfrentar problemas muito mais graves que esses. Cada região sofre de uma forma diferente, mas em um efeito borboleta, pois os ecossistemas brasileiros estão interligados.

 

 

O Brasil possui 12 regiões hidrográficas espalhadas por todo o território. Um mapeamento feito pelo Ministério do Meio Ambiente, a região Norte sofre com a expansão da geração de energia hidrelétrica. No Centro-Oeste é a agricultura que ameaça os recursos hídricos. No Sul e no Nordeste falta água. E na região Sudeste, o grande problema é a poluição da água.

 

 

A escassez de água afeta o clima, aumentando a temperatura. O aumento da temperatura gera fortes ondas de calor e períodos extremos de seca, logo falta água. O ciclo está em colapso. O Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas alerta que se a temperatura global subir acima de 1,5ºC, mais de 350 milhões de pessoas enfrentarão épocas graves de estiagem até 2050.

 

 

Depois da crise de disponibilidade de água em 2013, a população percebeu que o problema da falta de água não era exclusivo da região Nordeste. Outro fator que influencia essas crises é a má gestão dos recursos, especialmente nos períodos de seca. Além disso, especialmente no Centro-Oeste, o uso inadequado do solo afeta diretamente a água, pois é nessa região que há nascentes de rios importantes do país.

 

 

A expansão agropecuária na região Centro-Oeste intensifica esses problemas, pois as atividades agrícolas utilizam cerca de 70% da água do país. O cerrado, bioma característico da região, já foi quase totalmente desmatada, e a ausência da vegetação para proteger o solo e as nascentes são percebidos na diminuição do volume dos rios e a escassez de água na área urbana.

 

 

O desmatamento afeta a frequência de chuvas, que já tem diminuído na região, de modo que o solo está se tornando incapaz de absorver água. A Projeção do Painel Brasileiro de Mudança Climática indica que nas próximas décadas, no Cerrado, a temperatura pode subir 1ºC e a quantidade de chuvas pode diminuir de 10 a 20%. Ainda não houve um posicionamento da nova gestão, estadual ou federal, para o problema da crise hídrica.

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