quinta-feira, 18 de abril de 2024

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A cada 100 imagens, apenas 8 são verdadeiras no WhatsApp

POR Jornal Somos | 18/10/2018
A cada 100 imagens, apenas 8 são verdadeiras no WhatsApp

Reprodução/WhatsApp

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Segundo um levantamento realizado por dois professores da USP e UFMG, em parceria com a agência de checagem de fatos Lupa, apenas 8% das imagens mais compartilhadas em 347 grupos de WhatsApp poderiam ser consideradas como verdadeiras. O estudo tinha como principal meta analisar o fenômeno da desinformação e das mensagens falsas em grupos na plataforma, que vem sendo apontada como principal espaço de disseminação desse tipo de conteúdo.

 

O estudo analisou conteúdos de 16 de setembro até 7 de outubro, cobrindo uma boa parte do primeiro turno das eleições desse ano. Os resultados abrangeram um total de 18 mil usuários e cerca de 846 mil mensagens, entre textos, vídeos, imagens e links externos.

 

As principais imagens verdadeiras analisadas foram uma do presidenciável Jair Bolsonaro em uma maca e o autor da facada no candidato, oriundas do episódio do atentado. A principal imagem falsa era uma montagem de Dilma com Che Guevara.

 

Algumas foram consideradas insustentáveis, conceito da agência para conteúdos que não se baseiam em nenhum banco de dados público confiável, como fotos de Lula e FHC afirmando que os dois se reuniram para planejar assaltos a banco. Outras nove eram fotos reais, mas com alusões a teorias da conspiração sem comprovação.

 

Também haviam imagens tiradas do contexto, como um registro de Aécio Neves e Fidel Castro acompanhado da acusação do político tucano ter virado “aluno” do dirigente cubano. Três imagens foram consideradas sátiras, seis estavam associadas a textos de opinião, o que a agência não checa, e três não foram examinadas por não ser possível aferir se a foto havia sido tirada no Brasil ou não. No total, 56% das imagens que mais circularam foram consideradas “enganosas”.

 

O levantamento dos professores e da Agência Lupa detalhou o caso das mensagens sobre supostos empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para obras fora do Brasil. De oito sobre o tema acompanhadas de fotos, apenas duas eram verdadeiras. Outras três traziam dados considerados “exagerados” e duas eram falsas, como a alegação de que o banco teria financiado um gasoduto em Montevidéu e o soterramento de uma ilha em Sarmiento, na Argentina.

 

Os autores divulgaram propostas em artigos e em documento ao WhatsApp solicitando a redução da possibilidade de encaminhamento de mensagens para, no máximo, cinco destinatários. Hoje, este limite é de até 20 pessoas ou grupos. Segundo o professor da USP Pablo Ortellado, o WhatsApp respondeu que tal medida seria inviável.

 

 

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